segunda-feira, 13 de abril de 2015

Ao imaginar seu semblante, ela teve plena convicção que a expressão de surpresa e ternura que possuía era a mesma da dele, quando se despediram.
Aquele "até breve" deixou ambos leves e pensativos, refletindo longamente no encontro que acabara de acontecer.
Era incrível como uma simples conversa em tom cordial, e instintivamente cúmplice, havia transcendido exponencialmente a expectativa de ambos. 
Havia uma busca implícita que, naquele momento, havia sido delicadamente saciada.
Eram maduros, apesar da pouca idade dela, e gozavam da plenitude que essa condição traz a quem realmente permite se conhecer.
Por isso, definitivamente não era parte de nenhum deles ter uma visão míope e distorcida da vida. Provavelmente essa percepção, quase que um reconhecimento entre iguais, tenha sido o primeiro estopim da empatia que se evidenciara entre eles. Havia frescor e vigor. Intensidade e controle. Equilíbrio e vontade.
Diante de tal igualdade, mesmo a olhos fechados, estavam certos de que, se o futuro é um cavalo "ingalopável", fariam o cirurgicamente melhor possível, para tornar seu presente virtualmente inesquecível.

E através de seus frutos, um futuro muito mais que a dois...

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