
Investi
tudo que pude.
E te
mostrei todos os meus papéis, de todos os tipos de cara diferentes que eu
poderia ser sem deixar de ser eu mesmo.
Agora você finalmente está aqui, fechando a porta com relativa tranquilidade atrás de si.
Agora você finalmente está aqui, fechando a porta com relativa tranquilidade atrás de si.
Me
mantenho seguro, tão neutro quanto a tua expressão que não tira os olhos
de mim e parece absorver cada segundo.
Você
apaga a luz e sinto a fragrância do sabonete fresco, apesar de seus cabelos
secos.
O
fósforo que eu risco revela o ambiente, enquanto o odor da pólvora seca se
dissipa.
As
velas acesas te dão um movimento diferente. É lindo!
Ouço
o som do vestido leve tocando ao chão, enquanto se aproxima e, sob teu
olhar se evidenciam várias possibilidades de viver a plenitude do momento.
Me
mantenho seguro. Nunca quis tanto...
O
som na vitrola toca Clowns, do Goldfrapp, bem baixinho, sustentando que não é
apenas o acaso conduzindo a situação.
A
música tem hora para acabar. Mas vai se estender sem pressa, até que dançar
lenta e demoradamente deixe de ser naturalmente uma opção.
Dançamos
assim, quase inertes, envolvidos por um imenso punhado de momentos.
Nunca
quis tanto. Nunca foi tão perene.
Investi
tudo que pude.
E
joguei sujo com cada ponto fraco de desejo teu. Com cada batida do teu coração.
Isso
foi covarde?
Provavelmente
foi.
Mas
só eu sei o quanto tive que me encher de coragem para ser covarde o suficiente
e te trazer pra mim.
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